sexta-feira, 20 de abril de 2007

Folha Online - Ciência - Supremo Tribunal Federal tenta definir o início da vida - 20/04/2007

"Supremo Tribunal Federal tenta definir o início da vida"
RAFAEL GARCIA da Folha de S.Paulo
Uma audiência pública hoje no STF (Supremo Tribunal Federal) tem tudo para se tornar um debate científico sem sentido. Seus ministros deverão ouvir uma série de cientistas para depois emitirem seu veredicto sobre a questão "quando começa a vida humana?" Se o tribunal decidir que um embrião de poucas células é um ser vivo com status de pessoa, a legislação sofrerá alterações que devem desagradar a cientistas.
Hoje, para poderem fazer pesquisas com células-tronco embrionárias humanas (capazes de se diferenciar em qualquer tipo de tecido), os cientistas dependem do artigo 5º da lei de Biossegurança. Esse dispositivo está sendo questionado por uma ação do MPF (Ministério Público Federal), elaborada pelo ex-procurador-geral Claudio Fonteles.
Ele argumenta que a destruição de embriões viola o "direito à vida", assegurado pela Constituição. A lei de Biossegurança garante o acesso a embriões congelados por mais de três anos em clínicas de fertilização. Não podendo ser usado em pesquisa, o destino desse material é ficar em geladeiras por um tempo e depois ir para o lixo.
A audiência às 9h de hoje tende a virar uma batalha entre "religiosos" e "laicos". Defendendo as pesquisas com embriões estão cientistas convidados pelo STF (muitos deles estudiosos de células-tronco). Defendendo a proibição estão outros escolhidos pelo MPF e pela Confederação Nacional de Bispos do Brasil. Fonteles, um franciscano que nega ter movido a ação por convicções religiosas, foi quem sugeriu a audiência. "Apresentei na petição inicial os nomes para comprovar a minha tese jurídica", diz. "Fiz esse pedido da audiência e, graças a Deus, o ministro Carlos Brito [do STF] aceitou."
Apesar das implicações morais e éticas, nenhum filósofo foi convidado a depor. O risco da polarização temida é o de se discutir a questão errada.
"Aqueles que estão engajados em pesquisa cientifica avançada já abdicaram do problema da [definição da] vida faz tempo", disse à Folha Maurício de Carvalho Ramos, professor do de filosofia da USP. "A ciência estuda sistemas biológicos materiais e a resposta de o que vem a ser vida é metodologicamente posta de lado."
Apesar de criticar o caráter falsamente "técnico" que se pretende com a reunião, Ramos também mostra preocupação com o risco de o debate ser seqüestrado pela moral de um viés religioso. "Se o critério para escolha daquelas pessoas foi o vínculo delas com alguma religião, qualquer conclusão a que o debate chegue vai ser inconveniente", diz. "A lei tem um caráter absolutamente laico."
Para ele, a questão é complexa, pois envolve comparar o valor de "vidas potenciais". De um lado está a vida do embrião que não se tornará pessoa e, do outro, a vida de doentes que podem vir se beneficiar de tratamentos com células-tronco.
"Existe um certo grau de ingenuidade em imaginar que, em algumas reuniões, as pessoas vão conseguir decidir o que quer que seja", diz Ramos. "Existe uma tradição secular de pesquisa a respeito da natureza da vida humana."

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Lobo Bravo Rugby

Eis o Lobo Bravo Rugby em uma de sua últimas atuações.

Agora, dia 21 de abril, teremos nova chance de demonstrar nossa evolução. Aqui em Guarapuava acontecerá a 1.ª etapa do II Campeonato Paranaense de Rugby, que contará com a presença já confirmada das equipes de Guarapuava, Curitiba, Londrina e Cascavel. O evento acontecerá à partir das 9h30min, no Campo Municipal.

Quem quiser comparecer e assistir a bons jogos de Rugby, é só chegar que a entrada é franca!

[]s
Reccanello
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segunda-feira, 9 de abril de 2007

O grande apocalipse de metano

"The New York Times 18/04
Nicholas D. Kristof, do The New York Times
É uma noite escura e tempestuosa quando, no fundo do oceano, o solo lamacento começa a se remexer.
Lulas gigantes fogem horrorizadas enquanto os reservatórios de metano congelados no fundo do oceano começam a derreter, soltando bolhas que chegam à superfície. Logo o oceano está borbulhando e soltando gases como um bilhão de crianças superalimentadas, transformando a composição da nossa atmosfera.
Essa é uma cena de um novo filme de terror que eu estou imaginando que se chamaria “O Oceano Assassino”. Eu espero seja transmitido na Casa Branca e no Congresso, porque ele mostra um das mais bizarras formas nas quais o aquecimento global pode devastar nosso planeta – o que os cientistas chamam de “o arroto de metano”.
Uma vez que o presidente Bush está tranqüilo sobre os riscos convencionais da mudança climática, como a idéia de que nós em Manhattam acabaremos no fundo do oceano, tentemos vender o medo.
O metano é um gás de efeito estufa 20 vezes mais potente do que o dióxido de carbono. E centenas de gigatons de metano, o equivalente à quantidade total de carvão que existe no mundo, está no fundo do oceano na forma de sólidos similares ao gelo chamados hidratos de metano.
A grande questão é se o aquecimento global – que elevou as temperaturas em até meio grau Celsius nos últimos 30 anos – irá derreter parte destes hidratos de metano. Se isso acontecer, o metano pode ser liberado como um gigantesco arroto oceânico. Uma vez na atmosfera, esse metano irá acelerar o efeito estufa e aquecer a terra e aumentar os níveis do mar ainda mais.
“O cenário de filme de desastre mais saboroso seria a liberação de metano o suficiente para mudar significantemente a concentração atmosférica”, sugere o fórum de discussão sobre os hidratos de metano entre estudiosos no http://www.realclimate.org/.
Uma razão para preocupação sobre o apocalipse pelo hidrato de metano é que algo como isso pode ter ocorrido diversas vezes no passado. Por exemplo, há 251 milhões de anos, houve uma catástrofe conhecida como a extinção pérmia que quase extinguiu a vida na Terra. Não se saber com certeza o que causou a extinção pérmia, mas uma das teorias possíveis seria a do arroto de metano.
E já que estou vendendo medo, também há um aquecimento melhor compreendido, que ocorreu há 55 milhões de anos, conhecido como a Máxima Térmica Paleocênica-eocênica, ou PETM (para a sigla em inglês). Houve um período onde as temperaturas subiram até 4 graus nos trópicos e 7 nos pólos, e muitos cientistas acreditam que isso foi causado por um derretimento nos hidratos de metano.
“O evento PETM de 55 milhões de anos atrás provavelmente é o melhor exemplo do seu impacto apesar de haver eventos menores marcados através dos registros”, disse Gavin Schmidt, especialista da Nasa em mudanças climáticas. Ele enfatiza as incertezas, mas acrescenta que desde que devemos entrar em uma era climática que não é vista em milhões de anos, devemos nos preocupar com os hidratos de metano.
Para garantir isso, alguns especialistas estão céticos. Daniel Schrag, geoquímico de Harvard, dúvida que os hidratos de metano tenham sido os culpados pelo evento de 55 milhões de anos atrás. Para começar, ele afirma, a teoria não oferece uma boa explicação da mudança inicial que causou o derretimento dos hidratos de metano.
Apesar de toda a incerteza há algo importante nisso tudo: a história do clima mostra que não evolui vagarosa e graciosamente, mas que muda bruscamente. Há dicas, e se acompanharmos as reações em cadeia, então nossos líderes não poderão reclamar de terem sido avisados. Eles podem estar enviando nosso planeta em um retrocesso de, digamos, 10 milhões de anos.
A Casa Branca usou a incerteza cientifica como uma desculpa para sua paralisia. Mas nossos líderes devem criar políticas para nos proteger mesmo das ameaças que são difíceis de se precisar – e as mudanças climáticas devem ser consideradas ainda mais ameaçadoras do que um Irã bem armado.
Além disso, a incerteza ocorre de ambos os lados. A melhor suposição dos especialistas em clima é a de que o nível do mar subirá 60 centímetros até o ano 2010, mas se a calota polar derreter, só isso causaria o aumento do nível do mar em 6 metros.
Francamente, os riscos do aumento da temperatura e do nível do mar são muito conhecidos – mais do que as preocupações sobre um arroto de metano apocalíptico – isso nos deve levar a desacelerar a emissão de carbono.
Mas nosso sistema político não parece capaz de lidar com questões cientificas como o clima. Nossa única esperança por ações firmes seria uma ampla iniciativa global, liderada pelos Estados Unidos, de corte das emissões de carbono, mas a administração Bush já abandonou esta idéia.
O melhor motivo para uma ação global no aquecimento global continua a ser o imperativo básico para proteger nosso planeta em face da incerteza, e nossos líderes estão falhando nesta responsabilidade. Se precisarmos de um apocalipse para concentrar nossas mentes, então imagine nossos descendentes sentados no topo do Monte Ararat, ao lado da arca, nos amaldiçoando por iniciar o arroto de metano."

http://lba.cptec.inpe.br/lba/site/?p=oportunidade&t=0&s=6&lg=&op=408
Existe coisa pior que acordar cedo na segunda-feira???

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Folha de S.Paulo - Rubem Alves: Perguntaram-me se acredito em Deus... - 03/04/2007

Li um texto ótimo do Rubem Alves hoje:

"'Acreditar em qual Deus? Há tantos... Homens ferozes e vingativos têm um Deus feroz e vingativo que mantém, para sua própria alegria, uma câmara de torturas chamada Inferno para vingar-se dos seus desafetos. Há o Deus jardineiro que criou um Paraíso e mora nas árvores e nas correntes cristalinas. Há o Deus com alma de banqueiro que contabiliza débitos e créditos... Há o Deus da Cecília Meireles que se confunde com o mar... Há o Deus erótico que inspira poemas de amor carnal... Há o Deus que se vende por promessas e faz milagres... E há também o Deus criança de Alberto Caeiro e Mário Quintana. Qual deles?'" (Folha de S.Paulo - Rubem Alves: Perguntaram-me se acredito em Deus... - 03/04/2007)

Fica a pergunta!

sexta-feira, 30 de março de 2007

Cá estamos!

Pronto para mais um árduo dia de trabalho!

[]s
Reccanello

quinta-feira, 29 de março de 2007

Esta é apenas a mensagem inicial. Muitas outras virão!

[]s
Reccanello